segunda-feira, 9 de março de 2009

Cão de Gado Transmontano [elaborado pelo MVM de Vinhais]

As histórias de lobos e dos seus ataques aos rebanhos percorrem o imaginário de todos os transmontanos que, desde tempos imemoriais se habituaram a conviver com esta realidade natural, ainda hoje as alcateias estão presentes por toda a região, embora as histórias do “lobo mau”, já não fazem o fulgor das conversas à lareira.
Na memória colectiva transmontana está sempre presente o “Cão do Gado”, com o seu porte imponente, zeloso guardador de ovelhas e companheiro fiel do pastor.

Se é verdade que a origem desta raça está relacionada com a dos restantes mastins ibéricos, a sua evolução e diferenciação foi determinada pelas rotas da transumância dos rebanhos e pela adaptação à realidade edafoclimática e topográfica da região de Trás-os-Montes. Numa região de montanha, com vegetação abundante o “Cão do Gado”, no seu processo de adaptação natural cresceu mais que outros mastins, os machos atingem com facilidade os 80 cm ao garrote e na sua aparência molossoide destaca-se o seu perfil quadrado.
Da mesma forma, as funções de defesa do lobo que desde sempre desempenha determinaram que o pastor selecciona-se mais a pelagem branca malhada, de mais fácil percepção no monte e de todo distinta do padrão cromático do lobo.

O reconhecimento em 2004 pelo Clube Português de Canicultura (CPC), daquela que hoje é considerada a 9.ª raça canina portuguesa, foi o culminar de um processo que desde 1994, envolveu diversas entidades, sendo que a Câmara Municipal de Vinhais teve neste particular uma acção pioneira, desencadeada por intermédio dos seus serviços veterinários, por outro lado destaca-se também o papel do Parque Natural de Montesinho, que tem desenvolvido no âmbito do seu programa de preservação do lobo ibérico, um trabalho meritório, de acompanhamento técnico e de colocação de cachorros desta raça nos rebanhos da região.

O “Cão do Gado” é um património genético valioso da região de Trás-os-Montes e o seu reconhecimento veio engrandecer a canicultura nacional.

Resumo do estalão:
Na aparência geral, é referido como “Cão molossoide de grande tamanho, forte e rústico, que se evidencia pelo seu aspecto imponente, porte altivo olhar sóbrio. Tem o perfil lateral quadrado, com membros altos, de ossadura forte, naturalmente direitos e bem aprumados, ventre ligeiramente arregaçado, e angulações posteriores moderadas. Cabeça larga, mas não muito maciça, stop moderado, orelhas pendentes de tamanho médio, a pelagem é habitualmente malhada”
No temperamento e comportamento, é dito que “Não obstante a sua corpulência, é um cão de temperamento dócil, mas reservado, é cauteloso, sem ser agressivo, sempre calmo e com o olhar sereno. É um excepcional vigia nas suas funções de guarda de rebanhos, contra o ataque dos lobos...”
De salientar que este é sem dúvida alguma, o maior cão das raças portuguesas. A altura dos machos é de 74 a 84 cm, pesando entre os 55 e os 65 kg. Nas fêmeas a altura varia entre os 66 a 76 cm, e o peso entre os 45 a 60 kg.

Duarte Diz Lopes
Médico Veterinário Municipal de Vinhais


Visite para mais informações: http://www.caodegadotransmontano.org.pt/

6 comentários:

  1. muitos anos passei ferias em tras-os-montes, cruzava-me com estes imponentes caes junto dos rebanhos que guardavam, admirava a sua postura ,na altura sem raça defenida,finalmente surge uma boa noticia,o cao de gado transmontano foi reconhecido.este magnifico cao portugues ,de carater forte destemido contra o ataque dos lobos.parabens obrigado.

    ResponderEliminar
  2. Desde sempre estes cães foram eram chamados como cães de gado. que defenduim os rebanhos.

    Ouvia-se contra histórias de combates de alcateis com caes destes, verdadeiras equipas que enfrentavam como se de dois exercitos se trata-se.

    Na minha aldeia havia 4 ou 5 rebanhos e todos eles tinham pelo menos uns 4 ou 5 dests magnificos animais.

    O porte de um animal destes e impressionante.

    Chegam ater um metro ao garrote.

    Dantes quse todos eles usavam umas coleiras de pregos ao pescoço para os proteger dos lobos, aquando dos confrntos.

    Cãode gado transmontano.

    Tal como os transmontanos, são fortes.

    ResponderEliminar
  3. Não é pena ver cães com esta importância enorme ser descrita como é, mas é ve-los amarrados embaixo de chuva, ventanias e potentes geadas...infelizmente acontece.
    Tratem melhor os seus amigos de 4 patas e valorizem-nos bem, assim como também gostariam de ser valorizados.
    Cada ser no mundo tem um papel importante na Biosfera. Qual é o seu?!
    Obrigada a todas as pessoas que se esforçam para que raças como esta sejam conhecidas, pois muitos não sabem o papel protector do cão de Gado Transmontano e vêm nele apenas mais um rafeiro que cresce muito.

    ResponderEliminar
  4. eu sou propritario de 2 caes de gado e nao conheço melhor para proteçao guarda da propria casa e a sua capacidade noturna e excelente.

    ResponderEliminar
  5. Já é o segundo exemplar que tenho desta raça como cão de guarda da casa e de companhia. E ambos mostraram uma reacção curiosa. Quando, por alguma razão, nos afastamos da casa de noite, a pé (para fechar um portão por exemplo) o cão agarra o nosso braço com firmeza e "leva-nos" de volta para casa.

    ResponderEliminar

Deixe o seu comentário que será publicado após moderação (permita-nos 24h para o publicar). Não serão aceites comentários desprestigiantes para a ANVETEM ou seus associados.
Obrigado