domingo, 22 de março de 2009

Agricultores revoltados com normas para movimentação de animais [MVM de Montalegre]

http://www.semanariotransmontano.com/noticia.asp?idEdicao=180&id=7737&idSeccao=2530&Action=noticia

Joaquim Moura não se conforma com tanta burocracia.
Os produtores de gado do concelho de Montalegre estão a ficar desesperados com as novas regras relacionadas com as movimentações de animais. Queixam-se do tempo que perdem e do dinheiro que gastam para cumprir todas as normas. A feira de gado já há duas semanas que não conta com um único exemplar.
Na passada segunda-feira, só para tratar das guias de trânsito para levar sete vitelos ao matadouro, José Manuel, produtor e negociante de gado,passou quase “meio dia”. Joaquim Moura, que, ao contrário de José Manuel, não tem carro, quando vende algum animal para abate ainda se vê mais aflito. Perde um dia para “tirar e enviar” a guia de trânsito para o matadouro, onde tem de chegar 24 horas antes do animal, e outro para “dar baixa” ao documento.

A recente burocracia à volta do processo dedeslocações de animais está a deixar revoltados os agricultores do concelho de Montalegre, que criticam também a obrigatoriedade dos chamados testes de pré-movimentação quando os animais vão para feiras ou mudam deexploração. Os testes em causa, análises sanguíneas para despistar determinadas doenças, além de serem válidos por apenas 30 dias, são custeados pelos agricultores. Em média cada teste custa ao produtor mais de 40 euros. “Então isto é que apoiar a agricultura? Por amor de Deus!”,desabafava, ao Semanário TRANSMONTANO, Joaquim Moura, produtor de gado no Cortiço.
O veterinário Municipal, Domingos Moura, está do lado dos agricultores. “Do ponto de vista técnico, o processo é lógico, mas, na prática, torna a vida muito complicada aos nossos agricultores”, disse, lembrando que, por causa destas questões, há duas edições que na feira de gado de Montalegre não aparece “um único exemplar”.
O presidente da Federação das Associações de Raças Autóctones, Rui Dantas, garantiu que já houve reuniões com o Director Geral de Veterinária. Em vão. “O que nos foi dito foi que enquanto não estivessem controladas certas doenças seria muito difícil levantar esta regulamentação”, revelou Rui Dantas, reconhecendo que a situação penaliza muito os produtores.
Preocupado com a situação mostrou-se também o presidente da Associação de Gado de Raça Maronesa, Virgílio Alves, questionando, aliás, se ainda haverá razões para manter as medidas restritivas. Por outro lado, o dirigente critica também o facto de os custos destas medidas estarem a ser suportadas pelos produtores. “Não há nenhuma justificação para que os custos sejam imputados aos agricultores quando se trata de medidas impostas pelo Estado”, defende Virgílio Alves.

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