terça-feira, 28 de abril de 2009

Animais de estimação enterrados "por conta própria"

A ANVETEM informa que, de acordo com o artigo 12º do DL 314/03, compete às Câmaras municipais assegurar que a destruição dos cadáveres de cães e gatos seja realizada de acordo com o Regulamento (CE) n.o 1774/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro. Quer isto dizer, que deve a Autarquia assegurar a destruição correcta dos cadáveres dos animais recolhidos ou eutanasiados no CROA, assim como nas clínicas veterinárias e empresas que procedem à prestação de serviços ditos "fúnebres" nesse Concelho para assegurar que o mesmo procedimento é correctamente adoptado.
Assim, dependendo de cada Concelho, podem os Munícipes contactar a respectiva Autarquia através do Médico veterinário Municipal para serem informados do destino que devem dar ao cadáver do seu animal.

Animais de estimação enterrados por "conta própria"
Estima-se que haja dois milhões de gatos e um milhão e meio de cães noslares portugueses. Quando os bichos morrem, muitos ainda os enterram por conta própria, uns com a noção de que estão a fazer algo errado, outros não.
Maria, 36 anos, teve vários animais. Quando, aos 12 anos, lhe morreu ocachorro de estimação, enterrou-o num terreno e colocou uma pedra a servir de lápide "para poder visitá-lo". Já adulta, há seis anos, perdeu uma cadela e voltou a fazer ela própria o enterro.
Também Joana, 42 anos, fez questão de enterrar o gato que perdeu há poucos anos. Pediu conselho à veterinária sobre os procedimentos e colocou cal por cima do corpo do animal, para o isolar, antes de o cobrir com terra.
Só que antes teve uma surpresa. Ao abrir a cova deparou-se com as ossadas de outro animal.
O enterro de animais por conta própria é desaconselhado por questões de saúde pública.
Segundo a chefe de Divisão de Higiene e Controlo Sanitário da Câmara Municipal de Lisboa, Luísa Costa Gomes, o risco pode dar-se a vários níveis, nomeadamente se os animais forem desenterrados por outros, por pessoas que executem trabalhos no espaço público ou privado e mesmo por crianças, dada "a possível transmissão de doenças se o animal estiver infectado".
O enterro no quintal tende no entanto a desaparecer, pelo menos no meio urbano, onde as próprias clínicas veterinárias se encarregam de dar o destino adequado aos corpos dos bichanos se falta coragem aos donos para os entregar noutro local apropriado.
Se não puderem pagar um serviço de cremação individual, com direito a uma pequena urna com as cinzas do animal, os donos podem recorrer aos serviços das autarquias que já dispõem de incineradores para eliminação de cadáveres, tanto dos animais errantes recolhidos nas ruas como de particulares.
É assim em Lisboa, no Canil de Monsanto, onde a incineração tem vindo a aumentar.
No ano passado, foram incinerados 11.144 animais nestas instalações, maioritariamente cães e gatos, mas também aves, segundo dados cedidos à agência Lusa pela chefe de Divisão de Higiene e Controlo Sanitário da Câmara Municipal de Lisboa, Luísa Costa Gomes.
Cerca de 70 por cento chegou através de clínicas, outras câmaras e munícipes de Lisboa (6.931 cães e 1.279 gatos).
Em 2007, o total cifrou-se em 10.754 e em 2006 foram 9.990 os cadáveres ali incinerados.
A taxa de incineração é de 11,14 euros e estão isentos os habitantes de Lisboa.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Agricultura afirmou que nas áreas urbanas os cães e gatos de companhia "têm, em regra, uma assistência veterinária muito cuidada", estando normalmente vacinados contra a raiva, esgana, parvovirose, leptostipose e hepatite, além de serem regularmente desparasitados.
Neste contexto, adianta, os cadáveres dos animais de companhia "não representam perigo sanitário significativo", mas devem ser entregues em instituição habilitada.
Quanto aos cães e gatos vadios "são os municipalizados específicos que tomam conta da situação, pelo que mesmo que pudesse existir algum risco, ele estará sempre oficialmente controlado", garantiu.
Lusa

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